Direção defensiva: a verdadeira diferença no trânsito
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As festas de fim de ano e o verão se aproximam, e o movimento nas estradas aumenta consideravelmente. Nesse contexto, o número de infrações e acidentes também cresce. Fiscalização e campanhas de sensibilização são intensificadas no intuito de diminuir essas taxas, no entanto é o condutor quem pode fazer grande diferença na segurança do trânsito, adotando a direção defensiva.
Segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária, falha humana é a causa de 90% dos acidentes de trânsito no Brasil. As falhas podem decorrer de negligência (falta de cuidado), imprudência (falta de responsabilidade) ou imperícia (falta de habilidade). Por isso, ao assumir a direção, o condutor deve estar muito atento ao seu comportamento e preparo, às suas próprias condições emocionais e à situação do veículo. São as orientações de direção defensiva que ajudam a manter atenção a estes cuidados fundamentais para a segurança no trânsito, a preservação da vida, da saúde e do meio ambiente.
O Departamento Nacional de Trânsito *(Denatran)* publicou em 2005 um manual* “Trânsito seguro é um direito de todos”, definindo direção defensiva ou direção segura como “a forma de dirigir, que permite a você reconhecer antecipadamente as situações de perigo e prever o que pode acontecer com você, com seus acompanhantes, com o seu veículo e com os outros usuários da via”. O documento alerta que valores presentes na sociedade, como “ser “veloz”, “esperto”, “levar vantagem” ou “ter o automóvel como status” são insustentáveis do ponto de vista das necessidades da vida coletiva, da saúde e do direito de todos.
Objetivamente, o motorista deve sempre observar e seguir estas atitudes básicas:
- Realizar a manutenção periódica e preventiva do veículo e observar indicações de seu funcionamento no painel e suas condições gerais, como nível de água do radiador e de óleo do motor, sistema de iluminação, freios, suspensão, pneus (incluindo vida útil).
- Sempre utilizar cinto de segurança, inclusive no banco traseiro.
- Usar os equipamentos de proteção e não transportar menores de sete anos em motos.
- Planejar seu trajeto, dando atenção a possíveis condições adversas na pista e no clima.
- Dirigir sempre de maneira atenta aos limites de velocidade e à sinalização, reduzindo em lugares de maior risco ou com tráfego intenso, em curvas, sob neblina, baixa visibilidade ou chuva.
- Jamais dirigir utilizando celular; sob efeito de bebida alcóolica, drogas ou medicamentos que modifiquem o comportamento; assim como depois de muito tempo sem dormir, tendo descansado pouco ou, ainda, participado de discussões fortes. Todos estes são fatores que influenciam na capacidade de tomar decisões e afetam reflexos.
- Nunca arriscar ultrapassagens em locais proibidos ou realizar manobras perigosas.
- Também é importante realizar exames médicos periodicamente. As condições de visão, audição e reflexos são importantes para a segurança do condutor e a de todos que estão ao redor.
“As informações estão muito disponíveis, então não podemos alegar desconhecimento. Muitas vidas seriam poupadas se o causador de um acidente tivesse colocado em prática o que é sabido, então precisamos conhecer e agir”, conclui o engenheiro ambiental da EGR, Rafael Schmitz.
Números que ainda merecem atenção
O balanço da acidentalidade entre os meses de janeiro e setembro deste ano aponta para o menor número de mortes no trânsito do Rio Grande do Sul (RS) desde 2007, quando o Departamento Estadual de Trânsito (DetranRS) estabeleceu a metodologia atual que contabiliza as vítimas que vêm a óbito no momento do acidente ou em até 30 dias depois. Foram 1.179 mortes no período, um número ainda bastante elevado, porém 5,8% inferior ao aferido no mesmo período do ano passado, quando morreram 1.252 pessoas. A análise estatística leva em conta todas as ocorrências com morte no trânsito do RS, o que inclui vias urbanas e rodovias estaduais e federais. Segundo a classificação do órgão, 67,6% das ocorrências com mortes aconteceram em rodovias e estradas.
Fins de semana concentraram a maioria destas ocorrências: 53,3% (sextas, sábados e domingos somados). O turno da noite foi o mais perigoso, acumulando 34,4% dos acidentes fatais.
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